No dia 10 de maio é celebrado o Dia Mundial do Lúpus.
A data é patrocinada pela Federação Mundial de Lúpus – uma coalizão de organizações de pacientes lúpicos de todo o mundo e tem como objetivo:
- Chamar a atenção para o impacto que o lúpus tem sobre as pessoas, enfocando a necessidade de melhorar os serviços de saúde para o paciente;
- Aumentar a pesquisa sobre suas causas e sua cura;
- Diagnosticar e tratar precocemente a doença;
- Melhorar os dados epidemiológicos ao nível global e obter mais recursos para acabar com o sofrimento causado por essa doença.
Para colaborar com a divulgação, auxiliar mais pessoas a entenderem e tratarem esta doença, trago, a seguir, algumas informações importantes sobre as causas, sintomas e tratamentos para o lúpus.
O que é Lúpus?
Lúpus é uma doença autoimune que ocorre principalmente entre mulheres de 20 a 45 anos, sendo um pouco mais frequente em pessoas afrodescendentes e mestiças.
No Brasil estima-se que existam cerca de 65.000 pessoas com lúpus, a maioria mulheres, com números aproximados de uma em cada 1.700 mulheres possuindo esta doença.
O lúpus é uma patologia autoimune crônica que afeta milhões de pessoas em todo o mundo e ocorre quando o sistema imunológico do corpo ataca seus próprios tecidos e órgãos, causando inflamação e danos em várias partes, incluindo pele, articulações, rins, coração, pulmões, cérebro e sangue.
O Dr. Diego Nunes, especialista em reumatologia, foi convidado para uma entrevista na qual compartilhou algumas orientações valiosas. Confira abaixo:
O que causa o lúpus?
A causa exata do lúpus ainda é desconhecida, mas acredita-se que seja uma combinação de fatores genéticos, hormonais e ambientais. Alguns dos fatores de risco conhecidos incluem:
- Genética: a predisposição genética pode aumentar o risco de desenvolver lúpus, embora não seja a única causa. Vários genes têm sido associados à doença, mas nenhum deles é considerado a causa direta.
- Hormônios: o lúpus é mais comum em mulheres, especialmente durante a idade fértil (entre 15 e 45 anos), sugerindo que hormônios como o estrogênio podem desempenhar um papel no desenvolvimento da doença.
- Ambiente: fatores ambientais, como exposição à luz solar, infecções virais, tabagismo e certos medicamentos, também podem contribuir para o desenvolvimento do lúpus.
Sintomas
Os sintomas do lúpus variam e podem ir de leves a graves. Eles também podem mudar ao longo do tempo, com períodos de remissão (quando os sintomas desaparecem) e exacerbação (quando os sintomas pioram). Os principais sintomas costumam ser:
- Fadiga e febre;
- Dor nas articulações, inchaço e rigidez;
- Lesões cutâneas, que podem piorar com a exposição ao sol;
- Problemas nos rins, como inchaço nas pernas e retenção de líquidos;
- Problemas pulmonares, como dor no peito e falta de ar;
- Problemas neurológicos, como dores de cabeça, confusão e convulsões;
- Problemas cardíacos, como inflamação do músculo cardíaco e das membranas que envolvem o coração;
- Anormalidades no sangue, como anemia, baixa contagem de plaquetas e coagulação sanguínea anormal.
Diagnóstico
O diagnóstico do lúpus costuma ser complexo, pois seus sintomas são semelhantes aos de outras doenças.
Portanto, os médicos geralmente consideram uma combinação de sintomas, exame físico e testes laboratoriais para fazer um diagnóstico.
Alguns dos testes que podem ser realizados incluem:
- Testes de anticorpos antinucleares (FAN): um teste positivo de FAN indica a presença de autoanticorpos no sangue, uma característica comum de doenças autoimunes como o lúpus. Atualmente sendo a presença do FAN positivo um critério obrigatório.
- Testes de anticorpos específicos: outros anticorpos, como anti-DNA e anti-SM, podem ser testados para ajudar a confirmar o diagnóstico de lúpus.
- Exames de sangue e urina: esses testes podem ajudar a identificar problemas nos rins e na função sanguínea, que podem ser afetados no lúpus.
- Biópsia de pele e rim: em alguns casos, uma pequena amostra de pele ou tecido renal pode ser analisada para verificar a presença de inflamação e danos típicos do lúpus.
Tratamento
Embora não haja cura para o lúpus, o tratamento pode ajudar a controlar os sintomas, reduzir a inflamação e prevenir danos aos órgãos e tecidos.
Este tratamento envolve uma combinação de medicamentos, mudanças no estilo de vida e, em casos graves, terapias imunossupressoras. As opções de tratamento incluem:
- Corticosteroides: podem ser usados para reduzir a inflamação e suprimir a atividade do sistema imunológico.
- Antimaláricos: como a hidroxicloroquina, sendo usado em todos os pacientes com lúpus que não apresentem contraindicação.
- Imunossupressores: em casos graves de lúpus, medicamentos que suprimem a atividade do sistema imunológico, podem ser usados para controlar a doença e prevenir danos aos órgãos.
- Tratamentos biológicos: medicamentos que alvejam células específicas do sistema imunológico, podem ser usados em casos de lúpus que não respondem a outros tratamentos.
- Mudanças no estilo de vida: Além do tratamento medicamentoso, mudanças de hábitos também são importantes para controlar os sintomas e melhorar a qualidade de vida das pessoas com lúpus.
Algumas indicações são evitar a exposição excessiva ao sol e usar protetor solar diariamente; descansar e gerenciar o estresse para evitar a fadiga; praticar exercícios regularmente para manter a força muscular e a flexibilidade das articulações; parar de fumar, pois o tabagismo pode agravar os sintomas e aumentar o risco de problemas cardiovasculares; e ter uma dieta equilibrada e nutritiva para manter a saúde geral.
Quem procurar para tratar o lúpus?
Devido à complexidade das doenças autoimunes, é importante que você procure um médico especializado em reumatologia e terapia biológica, como eu.
Assim, é possível individualizar o tratamento para cada paciente, levando em consideração o tipo e o estágio da doença, seu estilo de vida e demais características.
Fale comigo e agende sua consulta! Com um acompanhamento empático e humanizado podemos reestabelecer seu bem-estar e qualidade de vida.